A criança pequena possui uma curiosidade espontânea. Quer descobrir o mundo, experimentar as possibilidades de tudo o que está a sua volta. Os livros não são exceção - eles exercem nos pequenos o mais autêntico fascínio. Nos primeiros anos de vida, o interesse da criança será pelo objeto livro, mas logo ela irá perceber que ali, a cada virada de página, existe um código desconhecido que pode levá-la a um lugar onde só a sua imaginação alcança. É aí que começa o prazer da leitura, que traz consigo o encantamento pela palavra escrita, o desejo de decifrá-la.

Ler para os pequenos pode tornar-se um momento de imenso prazer para pais e filhos. É um encontro quase secreto, onde leitor e ouvinte entram numa deliciosa sintonia... desde "Era uma vez" até o "Fim".

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

                                   
A roupa nova do rei                            Harry Potter
Classicos Infantis                                            e as relíquias da morte
Editora Moderna

O que “A Roupa Nova do Rei” tem a ver com “Harry Potter”?

Nada, nada mesmo. Mas aqui em casa essa relação foi construída ao longo de nove anos. “A Roupa Nova do Rei”, da editora Moderna, foi o primeiro livro que li para o meu primogênito, Vinicius, quando ele tinha apenas dois dias de vida – o dia em que voltamos da maternidade.
Muitas pessoas achavam graça ou mesmo estranhavam o exagero. Ler para um bebê de dois dias, três dias, quatro dias, uma semana, um mês, um ano? Afinal, qual o tempo certo para introduzir na criança o hábito da leitura?
A neurociência afirma que um bebê, aos cinco meses de gestação, já tem seu aparelho auditivo perfeito. Sim, ele escuta perfeitamente – com a barreira da barriga, claro. Mas ainda assim pode ouvir histórias e reconhecê-las após o nascimento.
É certo que a disposição de ler para os filhos não deve ser movida pelo desejo de formar gênios, mentes brilhantes. Antes de tudo, é preciso deixar claro que ler para crianças é um gesto de amor. Puro amor.
Os pequeninos e atentos olhinhos de meu filho acompanhavam os movimentos dos meus olhos, as expressões do meu rosto, as figuras coloridas do livro. Tudo estava sendo interpretado. Estabelecemos um laço inquebrantável, construído com afeto e comunicação.
O leitor bem formado, não é apenas um devorador de livros, mas um leitor de mundo, de gente, capaz de estabelecer conexões entre o que vê, pensa e sente. Ler é isso mesmo.
Comecei a formar o meu leitor no berço. E durante muito tempo li a mesma história – o que não me impediu de introduzir outros livros. E foram muitos.

E o que isso tem a ver com Harry Potter?

Hoje, com nove anos, meu filho leu o último livro da série, 580 páginas, em duas semanas - 14 dias -, sozinho.
Ainda assim é capaz de pegar um livro de fábulas e dizer “Mãe, lê pra mim?”

Puro gesto de amor...




2 comentários:

  1. Pois é...ate pode ser um exagero, mas leio comprazer para meu filhote de seis meses! Comecei lendo um livro sobre bichos da fazenda, com texto curto e rimado e cheio de dobraduras. Entao, passando na frente da Casa Reis, vi, naquelas bancas que eles sempre colocam, livros do Eliardo e Mary França. Fiquei alucinada! Li muito! Adorava "Os Pingos" e "Fogo no Ceu" especialmente. Corri e comprei "A chuva"para o Benicio. O livro é fininho e muito colorido. Vou lendo com a convicçao que ele esta entendendo e faço efeitos sonoros também (um luxo hahaha). Ele fica doido, quer pegar, fica batendo a maozinha. Quem sabe "daqui a pouco" ele tb vai estar se deliciando com suas proprias escolhas como nosso qiuerido Vinicius?

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  2. MIRNA,
    Lindo post!
    Ler para os filhos fortalece os sentimentos,
    traz alegria e garante momentos maravilhosos
    de cumplicidade.
    O comentário da Fernanda Delmonte também
    emocionou.
    Parabéns!
    Cristina Sá do blog:
    http://cristinasaliteraturainfantilejuvenil.
    blogspot.com

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