A criança pequena possui uma curiosidade espontânea. Quer descobrir o mundo, experimentar as possibilidades de tudo o que está a sua volta. Os livros não são exceção - eles exercem nos pequenos o mais autêntico fascínio. Nos primeiros anos de vida, o interesse da criança será pelo objeto livro, mas logo ela irá perceber que ali, a cada virada de página, existe um código desconhecido que pode levá-la a um lugar onde só a sua imaginação alcança. É aí que começa o prazer da leitura, que traz consigo o encantamento pela palavra escrita, o desejo de decifrá-la.

Ler para os pequenos pode tornar-se um momento de imenso prazer para pais e filhos. É um encontro quase secreto, onde leitor e ouvinte entram numa deliciosa sintonia... desde "Era uma vez" até o "Fim".

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A VELHA MISTERIOSA
A velha Misteriosa
Coleção Batutinha
Salamandra

Algumas histórias estão em mim, mistura de lembrança das traquinagens da infância, impressões, histórias dos outros, também de livros. Memória real e memória inventada. Vida vivida, vida imaginada e vida lida.
 Eu tinha uma história na minha cabeça pronta para ser escrita: uma velha misteriosa que morava em uma casa abandonada e causava curiosidade entre a meninada da rua, que, por sua vez, resolvia investigar o caso para depois descobrir que ela era apenas uma velha sozinha que gostava de piano e de livros.

Que idéia ótima!

Outro dia, achei um livro da Ana Maria Machado chamado “A Velha Misteriosa”. Uau! Assim que vi, comprei. Dei uma folheada rápida e já sabia que o livro era ótimo! Nem me preocupei em ler. Estava com muita pressa, garimpando novos títulos. Queria descobrir suas delícias junto com os filhos, antes de dormir.
 Chegado o momento tão esperado da história nova, juntamos as camas (são dois filhos), nos arrumamos nos travesseiros e até Ricardo entrou na dança! Não basta ser pai...
 À medida que eu discorria no texto, ia ficando cada vez mais estarrecida... Era a minha história! Meu Deus! Como a Ana Maria Machado foi ler os meus pensamentos? Fiquei chocada! A história acabou e tive a certeza de que tinha perdido o meu livro.
 Ao final, a informação de que a história havia sido publicada pela primeira vez na Revista Recreio, aquela dos anos setenta... que o meu pai lia para mim na hora de dormir, assim como faço com os meus filhos hoje...
 Fiquei mais chocada ainda... O meu cérebro guardou a história, intacta!
 Perdi o livro, claro, mas ele não era meu mesmo... Tampouco era novo...
 Esse episódio me deixou muito feliz... Reencontrar uma história perdida foi demais!
 Agora vou comprar toda a coleção.

Viva a Ana Maria Machado! Encheu a minha cabeça de histórias...

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